terça-feira, 10 de abril de 2012

Cegueira Poética...

Hoje, pensando e pesquisando "a cegueira", um dos temas tratados no próximo espetáculo do Segundo Encontro Grupo de Teatro, o espetáculo: "Os Cegos", baseado no texto, com o mesmo nome, do autor Michel de Ghelderode, me deparei com o poema que segue:

No Tempo das Árvores Despidas…
Recomeço onde parti,
O céu azul manifesto
Das coisas que nunca vi.
A húmida névoa
Recordo tardiamente
Nos traços curvos
Do mais fiel deslumbramento.
Sobre o estado do mundo
Esvai-se o desejo profundo
De me fazer comprometido
Às coisas que não vejo.
O equilíbrio não me basta,
Esqueço a fúria ser querer,
E o tempo que se gasta
Impede que me desfaça
Com o que não quero ver.
Se eu fingir o fingimento,
Contrariando em contratempo
As patéticas rimas soltas
Do mais saudoso encantamento,
Talvez consiga compreender
Que na mais poética rejeição
Realmente me afasto
Das coisas que não consigo ver.

Não sei quem é o autor, mas, achei bonito, interessante, poético... me fez pensar e quis compartilhar.

Um comentário:

  1. Lindo Cris... precisamos realmente abrir os olhos!! Precisamos usar nossos olhos para enxergar e não simplesmente ver..

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